terça-feira, 26 de março de 2013

COMIDAS TÍPICAS DO MARAJÓ

A base alimentar da população marajoara é o peixe, a carne de gado, principalmente de búfalo, com farinha, arroz e feijão. O hábito de comer verduras e legumes ainda é pequeno e as frutas, estas sim, estão presentes por causa da abundância e variedade natural encontrada nos quintais das residências e em vias públicas – há manga, açaí, coco, goiaba, acerola, muruci, cupuaçu, jambo, graviola, banana, taperebá, abricó, uma infinidade delas.

Com a maioria da população ainda formada por pescadores artesanais, tiradores de caranguejos e camarão, à mesa marajoara chegam primeiro os quitutes preparados com esses três produtos e, claro, com a carne de búfalo, leite e derivados.


Os mais tradicionais são: as variedades de preparo de peixes, como a pescada amarela e o filhote à milanesa, fritos, em caldeirada, com molho de camarão... Ou as variedades de preparo de caranguejo: casquinha, tirado, sopa, torta, bolinho, pizza... E as de camarão: refogado, ao creme, frito, no bafo, torta... Tem também os doces e licores, como o pudim de leite de búfala, a compota de abacaxi, de cupuaçu, maracujá...


Mas, são as receitas consagradas pelo gosto popular e dos visitantes que integram o cardápio oficial das comidas típicas locais, servidas em grandes ocasiões, como o Frito do Vaqueiro, o Filé Marajoara, o Caldo de Turu, a Mujica, preparados com o queijo do marajó, a manteiga, o doce de leite e o iogurte de leite de búfala, além de licores e bebidas de frutas regionais.
Conheça mais sobre algumas receitas do famoso banquete marajoara:


Frito do Vaqueiro:

É a comida mais simples e básica da alimentação dos vaqueiros, no dia-a-dia de trabalho nos campos do Marajó. As esposas cortam a carne gorda em pedaços miudinhos e levam à panela para fritar na própria gordura, temperada apenas com sal a gosto. O segredo está no processo da fritura, que ao terminar transformou os pequenos pedaços de carne em um bolo de carne, parecido com as carnes em conserva. Além de saborosa, a carne ganha durabilidade maior.

Hoje é possível encomendar e comer o Frito, como também é conhecido, em restaurantes na cidade, mas originalmente, os vaqueiros o colocavam no surrão e se alimentavam basicamente dele, por duas, quatro semanas ou o 
tempo em que passassem no campo. No acompanhamento, a farinha ou o pirão caboclo.

Pirão Caboclo:


Farinha branca com leite de búfala e sal. Basta jogar o leite sobre a farinha não precisa levá-lo ao fogo. Mas se quiser ferver o leite, não tem problema, mas não deve levar o pirão ao fogo.










Filé Marajoara:

Filé de búfalo, temperado com limão, sal, alho e pimenta do reino. Depois, frito na manteiga da búfala, coberto com queijo do Marajó e servido com arroz e farofa com castanha do pará, ralada.







Caldo de Turu:

Turu é um molusco muito encontrado nos manguezais, em todo o marajó. Ele perfura a 
madeira, onde vive, e tem o corpo macio, alongado e cilíndrico como o de uma pequena cobra, mas é famoso mesmo por suas, supostas, propriedades afrodisíacas. É consumido in natura, em refogados ou caldos.
O caldo, também é conhecido como “Viagra do Marajó”, é preparado como uma sopa, com limão, cheiro verde, salsinha, pimentão, cebola, alho, pimenta do reino, sal e azeite.
Os mais antigos também utilizam um caldo do turu para aliviar “perturbações” mentais. Sem tantos ingredientes, o caldo como remédio é usado para lavar a cabeça dos pacientes.


Mujica:

É outra espécie de sopa, parecida com o caldo de turu ou a sopa de caranguejo, só que preparada com peixe, de preferência o Pacamun, e servida com pirão tradicional de farinha  feito com o caldo do peixe. A mujica é mais consumida pela população mais velha e deve ser encomendada, pois não é encontrada com facilidade nos restaurantes da cidade.

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